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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Perdendo o medo.

Ao longo de nossas vidas, vamos aprendemos a reconhecer o bem e o mal, o certo e o errado, o confortante e o angustiante, a própria lei nos indica também muitas coisas que podemos ou não fazer. Aprendemos a reconhecer essas diferenças de várias maneiras possíveis: quer seja através do ensinamento de nossos pais, da nossa escola, do nosso trabalho, das nossas experiências pessoais. Porém, determinadas ações têm seus limites um pouco mais imprecisos, principalmente aqueles que envolvem nossos sentimentos. Entra então em jogo um outro grupo de regras que são vulgarmente chamadas de ética. São regras que não estão escritas, mas que também ditam nossa conduta e nos permitem avançar até determinados pontos. Tomamos nossas decisões baseados então nesse conceito de ética que temos. Mas muitas pessoas contornam essa ética, com o véu da hipocrisia, por que muitas vezes o que é ético para uma pessoa não ético para outras, pois seus valores são diferentes. E isso nos permite viver num falso mundo onde temos que usar várias máscaras para poder lidar com várias situações diferentes. As pessoas que usam menos máscaras costumam ser menos hipócritas, pois seus valores costumam ser mais bem definidos. Isso causa espanto, e admiração, em muita gente, mas também causa muita dor, pois ninguém é suficientemente forte para viver a vida de forma verdadeira. De qualquer jeito, as máscaras que usamos, a ética que adotamos e a liberdade de sermos mais ou menos hipócritas, cria um barreira em torno da gente, e é uma barreira que vamos formando ao longo de nossas vidas, é uma barreira que protege a nós ou a nossos entes queridos, da ambigüidade de nossos próprios sentimentos.

Talvez jamais devêssemos tentar cruzar alguns desses limites de nossas vidas. Eles estão lá para nossa proteção, são barreiras naturais que nós próprios construímos para que não viéssemos a precisar lidar com nossa ética, ou com nossa hipocrisia. Ocorre que muitas vezes desejamos vencer alguns obstáculos e então nos deparamos com esses limites. Construímos um mundo a nossa volta, para nos proteger dos perigos e os maiores perigos, na verdade estão dentro de nós mesmos. O amor, o ódio, a amizade, a felicidade, e tantos outros sentimentos sob os quais vamos criando nossos alicerces. Nós fazemos um muro em volta de tudo isso, criamos regras fixas para que tudo funcione e dizemos para nós mesmos até onde podemos ir. E não devemos jamais ultrapassar esses muros.

Mas chega uma hora em que o insano que está dentro de você precisa se libertar, chega uma hora que você cansa de ser o certinho, de andar arrumado, de estar limpinho. Chega uma hora em que você quer pagar para ver. Você quer ultrapassar aqueles limites que você próprio estabeleceu ao longo de sua vida. E você sabe que o risco não vale a pena. O risco é tão grande, mas você percebe que a recompensa também o é. Alguma coisa dentro de você o impele contra esse muro. Alguma besta ou anjo negro te joga contra o muro, enquanto um anjo branco te nega a felicidade plena. E na balança você sofre entre a mentira da vida, a hipocrisia das ações e as verdades que precisam ser testadas, os pecados que precisam ser cometidos. É como comer a maça na árvore da verdade. Esses desafios ficam rondando a gente por aí, estão ao nosso lado nos testando o tempo todo, e um dia você será ameaçado por eles. Eles vão gritar bem alto dentro de seu ouvido: - É com você que estou falando, seu hipócrita: vai ficar aí parado ou vai tomar uma atitude!

E meu amigo, qualquer que seja sua atitude, ela irá mudar a sua vida. Você define suas ações e suas ações definem você. E qualquer que seja sua decisão ela irá lhe abrir uma janela de compreensão, que não mais se fechará. Você nunca vai estar preparado para tomar essa decisão, você nunca vai estar preparado para testar o limite de sua ética, da sua moral, ou para ver até onde você é um hipócrita, ou mesmo para testar o seu amor, que você jurou defender. A vida é assim, sempre te testando, tornando-o um fraco ou um forte. E a escolha é apenas sua.

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